Sonhadora? Não, aluada.


Chegas e contigo trazes a saudade, estampada no rosto. Esse teu olhar puro desvaneceu-se por completo em mágoa. Movimentas-te como se o corpo te pesasse e como se os passos que desses não tivessem um sentido directo mas sim escolhas sem pensar. Acaricias e recebes com enorme entusiasmo cada gesto de compreensão e de afecto com que te brindam. Tens o sorriso forçado nos olhos rasgados e inchados de tantos lamentos. Não proferes um palavra sem derramar uma lágrima ou um suspiro profundo, como te tornaste emotivo. Perdeste aquele teu jeito de ser, aquela maneira de como escondias os sentimentos efusivamente, aquele jeito de "homem" como dizias. Carregas os anos em vão em cima de ti, o mundo é demasiado pesado agora que estás sozinho e sem apoios. Estiveste tão perto do céu e a queda foi tão grande. Passas os dias a dizer que um dia vamos entender os teus actos, mas hoje não. Será amanhã? Não, amanhã também não.

Sabes, na verdade não sinto saudades tuas e agora percebi isso. Tenho percebido muitas coisas ultimamente. Ando a crescer, depressa e sem tu veres.

1 comentário:

Muito melhores.

Muito de nada.

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