Sonhadora? Não, aluada.


Não te perguntei nada sobre ti, porque eu já o sabia antes.
É como se eu soubesse o que tu ias responder. Ou mais que isso, eu sabia até as palavras que ias utilizar. E sabendo-as não as conseguia imaginar. Aliás, quando penso em ti não consigo sequer enquadrar-te numa só palavra, na verdade nem em muitas juntas. Ultrapassas qualquer realidade, sabes? É como se me fizesses flutuar sem te conhecer. Não te amo, mas sei que gosto de ti. Gosto de ti sem sonhos ou ambições, sem projectos futuros ou esperanças. Não penso em ti a toda a hora, penso em ti quando me apetece e quando posso. É como se já fosses uma parte de mim que posso controlar sem o seres. És a controvérsia de braços dados comigo. Sem seres o que desejo, sem seres o tal, é contigo que me vejo. É contigo, só contigo que o mundo se equilibra. E não podia pedir mais que isto, que esta diferença, boa diferença.

Talvez quando o sol amanhecer, a alma volte.


2 comentários:

Muito melhores.

Muito de nada.

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Viana do Castelo, Ponte de Lima, Portugal
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